Outra morada
Não terás outra morada além do teu coração,
Pois na Terra, onde somos peregrinos,
Ninguém construirá morada permanente:
Não terás outra morada além do teu coração.
Então, ao redor dele, na atmosfera ardente.
Que dele nasce, que o envolve e que aspira
Todos os raios vindos das coisas que deseja,
Evoca o silêncio e o divino silêncio;
A forma que reveste a primeira hipóstase
Te levará nas Quatro asas do êxtase.
A vida interior é feita de silêncio.
É o palácio que tem por base o silêncio.
É a flor do fogo: o silêncio é o vaso,
O silêncio é o vaso onde bebes a beleza.
Tu que passas aqui, com certeza mas sacudido
Entre tua vida real e tua vida aparente,
Tua vida real tenebrosa e veemente
Como a paixão, o trovão e a morte.
Cobre com um véu de sombra e noite o tesouro
Dessa vida interior, que escolhe
Entre tuas almas a melhor e mais pura,
Para que nada atente para seu mistério intenso,
E que sua força virgem, integral, se aplique
A edificar a arte em que as mãos do silêncio
Venham a tecer o manto de tua alegria
-- V.E. Michelet
Pois na Terra, onde somos peregrinos,
Ninguém construirá morada permanente:
Não terás outra morada além do teu coração.
Então, ao redor dele, na atmosfera ardente.
Que dele nasce, que o envolve e que aspira
Todos os raios vindos das coisas que deseja,
Evoca o silêncio e o divino silêncio;
A forma que reveste a primeira hipóstase
Te levará nas Quatro asas do êxtase.
A vida interior é feita de silêncio.
É o palácio que tem por base o silêncio.
É a flor do fogo: o silêncio é o vaso,
O silêncio é o vaso onde bebes a beleza.
Tu que passas aqui, com certeza mas sacudido
Entre tua vida real e tua vida aparente,
Tua vida real tenebrosa e veemente
Como a paixão, o trovão e a morte.
Cobre com um véu de sombra e noite o tesouro
Dessa vida interior, que escolhe
Entre tuas almas a melhor e mais pura,
Para que nada atente para seu mistério intenso,
E que sua força virgem, integral, se aplique
A edificar a arte em que as mãos do silêncio
Venham a tecer o manto de tua alegria
-- V.E. Michelet
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