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Mostrando postagens de dezembro, 2015

São Tomás de Aquino e o dia em que um boi voou no convento

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Uma breve lição sobre o dom da palavra e o que fazemos com ela Conta-se na ordem de São Domingos que, certa vez, estando  São Tomás de Aquino  em sua cela no convento de São Jacques, estudando e trabalhando sobre obscuros manuscritos medievais, entrou de repente um frade folgazão que foi logo exclamando com escândalo: – Vinde ver, irmão Tomás, vinde ver um  boi voando ! O grande doutor da Igreja, muito serenamente, ergueu-se do seu banco, saiu da cela e, dirigindo-se ao átrio do mosteiro, se pôs a olhar o céu, com a mão em pala sobre os olhos fatigados do estudo. Ao assim o ver, o frade jovial desatou a rir com estrépito. – Ora, irmão Tomás, então sois tão crédulo a ponto de acreditardes que um boi pudesse voar? – Por que não, meu amigo? – tornou o santo. E, com a mesma singeleza, flor da sabedoria, completou: – Eu preferi admitir que um boi voasse a acreditar que um religioso pudesse mentir. __________________ Relato recopilado por Malba Tahan em “Lendas d

A ORAÇÃO DO CONVERTIDO - Uma luminosa inspiração de Santo Agostinho de Hipona.

Oh Deus, criador de todas as coisas!  Concedei-me primeiro o dom de saber pedir-vos;  depois, o de fazer-me digno de ser escutado,  e, finalmente, o de ser livre.  Escutai, escutai, escutai-me, oh Deus meu!  Meu Pai, causa minha, esperança minha,  posse minha, honra minha,  minha casa, minha pátria,  minha saúde, minha luz e minha vida.  Escuta, escuta, escuta-me!  Dessa maneira tua, tão pouco conhecida.  Amo somente a ti,  só sigo a ti,  só busco a ti,  e só a ti estou disposto a servir,  porque és o único que tem o direito de mandar,  e só a ti desejo pertencer.  Dá-me ordens, te peço;  Sim, manda-me o que queiras,  mas cura-me antes e abre meus ouvidos  para que possa ouvir tu voz.  Cura e abre meus olhos  para que possa ver as indicações de tua vontade;  afasta de mim a ignorância,  para que te conheça.  Diz-me onde tenho que olhar para ver-te,  e confio em que cumprirei fielmente tudo o que me mandes.  Amém, amém.  (Texto: Soliloquios 1, 1, 2.4-

A oração de Tomás

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A vida de Santo Tomás de Aquino é a prova: não se pode ser sábio sem estar na presença de Deus. O que explica o gênio extraordinário de Santo Tomás de Aquino? Livros? Disciplina? Dedicação aos estudos? Muitas respostas podem ser dadas a esta pergunta, mas nenhuma será completa, se ignorar a principal ferramenta de trabalho do Doutor Angélico: a oração. Todas as obras de Tomás – desde os seus comentários às Escrituras, até a grande  Summa contra Gentiles  e a incompleta Summa Theologiae  – só são o que são, porque nasceram de uma profunda amizade de seu autor com a própria Verdade, que é Deus. À sua época, de fato, ainda não tinha acontecido a cisão – tão danosa à modernidade – entre a fé e as ciências, entre a vida interior e a vida intelectual. Quando surgiram as universidades, o conceito que se tinha de um erudito era que fosse também uma pessoa de intensa oração e busca de santidade pessoal. Não sem razão, os bons pensadores e filósofos do passado eram profundamente reli

Ser devoto de Santo Tomás More hoje

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De Conselheiro do Rei a "traidor" da Coroa. Conheça a vida de Santo Tomás More, “o homem que não vendeu a sua alma”. O que a história de um leigo que viveu há 480 anos tem a ensinar ao homem moderno? É a pergunta que devem fazer todos os católicos, ao celebrarem a memória de Santo Tomás More (22/06) –  ao qual foi reservado o epíteto de  "o homem que não vendeu a sua alma" . Antes de qualquer coisa, cabe fazer uma breve narrativa de sua vida, contando como a sua cabeça foi parar na bandeja por ordem do então príncipe da Inglaterra, o Rei Henrique VIII. Homem erudito, esposo fiel e pai de quatro filhos, More foi nomeado Conselheiro do Rei ( Lord Chancellor , em inglês) no ano de 1529, em meio a uma crise moral na Coroa. Henrique VIII era casado com Catarina de Aragão, mas tentava junto ao Papa conseguir a dissolução de seu casamento. A desculpa para a sanha adúltera do príncipe era o argumento de que Catarina não lhe dava um herdeiro homem. Como o Pap

A conversão de São Bernardo de Claraval

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Para fugir do pecado da impureza, São Bernardo de Claraval se lançou sem hesitar em um lago gelado. A atitude do santo deixa evidente a natureza da batalha que trava todo aquele que se faz eunuco “por causa do Reino dos céus”. Tendo recebido desde cedo uma sólida formação religiosa, Bernardo foi aluno notável em sua mocidade. Quando recebia alguma lição que contrariasse os mistérios da fé e a doutrina cristã, "recorria à oração e à meditação das Sagradas Escrituras para neutralizar o veneno inalado nas aulas" [1]. (Nenhum conselho pode ser tão útil para os nossos dias.) Mais tarde, o mesmo Bernardo será visto debatendo e debelando os erros dos professores de sua antiga escola. Depois da morte de sua piedosa mãe, no entanto, o jovem rapaz foi atingido por uma tristeza acabrunhante. O luto se tinha apoderado totalmente de sua alma e ele não achava consolação em nada do que fazia, nem mesmo na oração, à qual já estava tão habituado, apesar da breve idade. Era final