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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

A arte de sofrer bem

A paciência – para dizê-lo em poucas palavras- é a capacidade de sofrer dignamente, a arte de “sofrer bem”. Seu ponto alto consiste em saber sofrer serenamente, generosamente e sem queixas, por amor a alguém. Esta é a virtude  humana  da paciência. Quando essa virtude é praticada por um bom cristão, movido pelo Espírito Santo, pode-se definir como a arte de sofrer com fé e esperança em Deus e, sobretudo, com muito amor a Deus e ao próximo. Esta é a virtude  cristã  ou  sobrenatural  da paciência. Vamos ver a seguir dois belos exemplos de cada uma dessas duas “paciências”. Ambos são narrados pelo professor de psiquiatria da Universidade de Madrid e escritor J. A. Vallejo-Nágera, no seu livro  Concierto para instrumentos desafinados . Trata-se de algumas das muitas recordações que o médico registra como “momentos do coração” no seu trabalho diário. O tradutor O primeiro caso é a história de um tradutor diplomado. Foi-lhe diagnosticado um câncer de pulmão, e simultaneamente dera

Estado miserável dos que recaem no pecado

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Et fiunt novissima hominis illius peiora prioribus — “E o último estado daquele homem virá a ser pior do que o primeiro” (Luc. 11, 26). Sumário. Meu irmão, já que resolveste dar-te todo a Deus, e já o executaste, não creias que as tentações tenham terminado. Antes, mais do que nunca, prepara-te para travar combate com o demônio, que, como diz Jesus Cristo, buscando repouso e não o achando, redobra os esforços para tornar a entrar na alma donde foi expulso. Desgraçado de quem torna a cair depois de ser levantado! Irá enfraquecendo cada vez mais; Deus retirará a sua mão com as graças; e assim o fim de tal homem será pior do que o princípio. I. Meu irmão, já que resolveste dar-te todo a Deus, e assim o executaste, não acrediteis que se tenham acabado as tentações. Escuta o que te diz Jesus Cristo no Evangelho de hoje: “Quando o espírito imundo saiu do homem, anda por lugares desertos, buscando repouso; e não a achando, diz: Voltarei para a casa donde saí. E quando chega, acha

A Importância das leituras espirituais, por São João Bosco.

Além das costumadas orações de manhã e da noite, peço-vos que destineis também um pouco de tempo á leitura de algum livro, que trate de coisas espirituais, como o livro da Imitação de Cristo, A Filotéia de São Francisco de Sales, A preparação para a Morte de Santo Afonso Maria de Ligório, Jesus ao coração do Jovem, as vidas dos santos e outros semelhantes.Da leitura de tais livros tirareis grandes vantagens para a vossa alma.E se repetirdes aos outros o que lerdes ou então se lerdes em presença deles, especialmente dos que não souberem ler, fareis uma obra de caridade muito meritória perante Deus. Mas ao mesmo tempo que vos inculco as boas leituras, tenho que recomendar-vos, com todas as veras de minha alma, que fujais como da peste dos maus livros e da má imprensa.Por isso, todo livro, todo jornal ou folheto em que se fale mal da religião e de seus ministros ou em que haja coisas imorais e desonestas, lançai-os logo para longe de vós, como farias com um copo de veneno.Em tais c

A oração

A oração é necessária para a vida espiritual: é a respiração que permite que a vida do espírito se desenvolva, e atualiza a fé na presença de Deus e de seu amor. 1. O que é a oração [1] Em português conta-se com dois vocábulos para designar a relação consciente e coloquial do homem com Deus: prece e oração. A palavra “prece" provem do verbo latino  precor , que significa rogar, ir a alguém solicitando um benefício. O termo “oração" provem do substantivo latino  oratio , que significa fala, discurso, linguagem. As definições que se dão da oração costumam refletir estas diferenças de matiz que acabamos de encontrar ao aludir à terminologia. Por exemplo, São João Damasceno, considera-a como «a elevação da alma a Deus e a petição de bens convenientes»[2]; enquanto para São João Clímaco trata-se mais de uma «conversa familiar e união do homem com Deus»[3]. A oração é absolutamente necessária para a vida espiritual. É como a respiração que permite que a vida do espírito

Berdiaev e a Servidão

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Publicado na Folha de S. Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 1977 Nicolai Berdiaev, pensador religioso russo, nasceu em 1874 e morreu em 1948. Como alguns dos nobres de seu tempo, associou-se à causa revolucionária, no início do século, lutando contra a tirania czarista. Com a vitória da revolução soviética, Berdiaev foi nomeado professor de filo da Universidade de Moscou, mas foi exilado para Paris em 1922, diante da sua rebeldia em aceitar totalmente a doutrina marxista. Preocupou-se muito com a questão da liberdade individual. Escreveu "A Nova Idade Média", "Solidão e Sociedade" e "Escravidão e Liberdade", de onde foi adaptado este texto (capítulo II).     homem procura a liberdade. Dentro dele existe uma poderosa força que o empurra em direção à liberdade mas, no entanto, o ser humano facilmente despenca na escravidão. Existem três condições humanas, três diferentes estruturas de consciência, distinguidas sob os nomes de "senhor

Os Apotegmas dos Padres do Deserto (Parte I)

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Capítulo Primeiro: Do Progresso Espiritual segundo os Padres 1. Perguntou alguém ao abade Antão: “- Que observância devo guardar para agradar a Deus?” Respondeu-lhe o ancião: “- Observa o que te prescreverei: onde quer que vás, tem sempre a Deus por diante dos olhos; e nos teus atos consegue a aprovação das Escrituras Santas; onde quer que permaneças, não te saias de lá facilmente. Observa esses três pontos e serás salvo”. (Antão, 3). 2. O abade Pambo perguntou ao abade Antão: “- Que devo fazer?” “- Não te fies na tua justiça, respondeu o ancião, não deplores sobre o passado e detém a língua e os desejos do ventre”. (Antão, 6). 3. Disse São Gregório: “Deus exige três coisas de todo homem que recebeu o batismo: a fé direita para a alma, a franqueza para a língua, a castidade para o corpo”. (Gregório, 1). 4. O abade Evagro conta esta palavra dos Padres: “Tomar regularmente alimento não-cozido junto com a castidade conduz o monge num átimo ao porto da apatéia".

Seguimento de Cristo

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SEGUIMENTO DE CRISTO Cristo deu-te o poder de ser como Ele segundo as tuas forças. Não te assustes ao ouvires isto. O que deve espantar-te é não seres como Ele. (Homilias sobre São Mateus, 78, 4) Daniel era jovem; José, escravo; Áquila exercia uma profissão manual; a vendedora de púrpura encarregava-se de uma loja; outro era guarda de uma prisão; outro centurião, como Cornélio; outro estava doente, como Timóteo; outro era um escravo fugitivo, como Onésimo. E, no entanto, nada disso foi obstáculo para nenhum deles, e todos brilharam pela sua virtude: homens e mulheres, jovens e velhos, escravos e livres; soldados e civis. (Homilias sobre São Marcos, 43, 5) Não é absurdo pores tanto cuidado nas coisas do corpo, a ponto de já desde muitos dias antes da festa preparares uma roupa belíssima, e te adornares e embelezares de todas as maneiras possíveis, e, no entanto, não tomares nenhum cuidado com a tua alma, abandonada, suja, esquálida, consumida de fome...? (Homilias sobre as está

São João Crisóstomo

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BREVE HISTÓRIA João Crisóstomo nasceu na cidade de Antioquia. Cresceu no meio da multidão sem deixar-se contaminar por ela. Conheceu os pobres e desafortunados e soube amá-los como eram. Sua família era culta e possuía muitos bens . O pai de João, oficial de alto nível, morrera jovem. Desde criança foi educado pela mãe, mulher admirável que, aos vinte anos, sacrificou sua juventude, renunciou a novas núpcias, para dedicar-se inteiramente a seu filho. João recebeu o Batismo mais ou menos aos dezoito anos de idade. Concluídos seus estudos de cultura geral, de retórica e de filosofia, de forma brilhante, renunciou a uma carreira que se apresentava promissora, para receber as ordens menores. Quis partir para o deserto, mas sua mãe, que por ele sacrificara tudo, não lho permitiu. Fugiu, então, da agitação de Antioquia e estabeleceu-se fora das portas da cidade, a fim de encontrar a paz, consagrando-se à ascese e ao estudo bíblico. Antioquia era um centro teológico de grande r