Sermão dos Cânticos dos Cânticos

Bernardo de Claraval nasceu el Castelo de Fontaine-les Dignou, Borgonha (França), no ano de 1090, foi o terceiro de sete irmaõs, seu pai era cavaliero do duque de Borgonha e o educou na escola clerical de Chatillon, depois da morte de sua mãe, entrou na Ordem de Cister. Esta Ordem havia sido fundada poucos anos antes por o abade Roberto só tinha um mosteiro, pela dureza da vida que levavam, tinham poucos membros. 

(DIEZ RAMOS G. “Introduccion”, in Obras Completas de San Bernardo, Madrid 1955, 3). 


BERNARDO DE CLARAVAL, Sermão dos Cânticos dos Cânticos 

Como o sentimento do amor é mais forte que todos os outros sentimentos 

«De todos os movimentos da alma, seus sentimentos e afeições só o amor permite a criatura responder ao Criador, de igual a igual, numa recíproca semelhança. Por exemplo: Se Deus se encoleriza contra mim, eu respondo com coléra? Não, certamente, eu temerei, eu tremerei, eu implorarei o seu perdão, se Ele me acusa, eu não coloco em questão, mas eu aceito, se Ele julga, eu não vou julgar, mas adorá-lo; salvando-me Ele não me pede para salvar a Ele; Ele não tem necessidade de ser libertado por ninguém. Ele liberta todo mundo, se Ele reina, eu devo servi-lo, se Ele me conduz eu obedeço, eu não posso exigir Dele, serviço e obediência. Ver como o amor é bem diferente. Quando Deus ama, Ele não procura nada mais que ser amado. 
Pois Ele não ama por ser amado, sabendo que os que o amam são felizes pelo seu próprio Amor». 

Tradução francês para português. 
(BERNARD DE CLAIRVAUX, Sermons sur le Cantique, 83, 4, ed. J. Leclercq et alii, 
Sources Chrétiennes 511, Paris 2007, 347-348). 

 São Bernardo neste sermão, nos fala sobre o amor de Deus, usando a metáfora Criador que é Deus, também os sentimentos de cólera, raiva, tristeza, são própios do 
homem, faz parte da nossa natureza humana, em Deus estes sentimentos não existem, Deus é puro espirito, isento de sentimentos humanos, pois esta é uma expressão humana, Deus não pode encolerizar-se, pois Ele é Amor, não tem paixão, então a cólera é uma metáfora como expressa o autor, pois o bom Deus é somente Amor, não pode haver paixão. 
São Bernardo neste texto, nos fala oito vezes usando a palavra „amor‟, também o autor utiliza o vocabulário Ele, Dele, São Bernardo diz Deus diretamente. 

Podendo compreender neste texto que Deus é o centro deste sermão, como análise semântica. O que me fala no meu intimo, neste sermão, é que Deus só pede para 
mim, mergulhar e deixar-me envolver no seu maior, em corresponder ao seu infinito amor, pois tantos dons a mim concedidos, neste amor de Deus gratuito, que me 
chama a viver em sua intimidade, a ser todo de Deus, a uma união esponsal, ao matrimônio espiritual, chamado-me a uma vocação mais intima, de tudo deixar nesta vida que é uma embarcação não a nossa morada com dizia Santa Terezinha, a me entregar ao seu Amor. 
Deus não precisa do meu amor, eu como sua criatura, sou sua imagem e semelhança, preciso e necessito do seu amor, pois é Ele que me concede a Salvação, enviando o seu amado Filho, derramando o seu sangue para me salvar, é Ele portanto que me redime, e me abre as portas do Paraíso. 
Como não coresponder ao seu Amor? Portanto a minha felicidade, a minha alegria e toda minha esperança, é doar-me, entregar-me inteiramente a Ele, é amá-lo e servi-lo, 
pois como diz 1 João 4, 16: “Deus é Amor, quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece Nele”. 
“E o meu coração esta inquieto enquanto não repouse em Vós”, como falou Santo Agostinho, e também “Ama e faze o que quiseres” (idem). 
Então como Deus me ama com toda as minhas fraquezas, me ama como sou, sendo o esposo de minha alma, peço com a sua graça corresponder ao seu amor, fazendo a 
sua vontade, deixando-me conduzir, com o coração aberto ao seu desígnio de amor, sendo dócil as suas inspirações. 
Assim digo o mesmo como disse São Bernardo: “A medida de amar a Deus é amá-lo sem medida” e esta será o sentido do meu viver até a Eternidade. 

Como a vida do monge, no seu dia a dia, já me convida a eternizar o momento presente, vivendo no amor, pois percorrendo os mandamentos da Deus, nos diz o nosso Pai São Bento, se vai dilatando o nosso coração que agora com inenarrável doçura, somente por amor a Deus,naturalmente vai seguindo e vivendo sus mandamentos vivendo na continua busca de Deus, que será no claustro do mosteiro 
na luta contra as paixões, no silêncio da uma vida escondida com Cristo em Deus, no amor fraterno aos irmãos, já estou antecipando esta feliz eternidade, vivendo no amor, sendo amado por Deus, e de minha parte amando o, buscando sempre com a sua graça morrer o homem velho, cada vez mais, para nascer a homem novo, 
vivendo a vida nova em Cristo. Tudo isso o Sermão de São Bernardo me convida ater um amor desinteressado por Deus, o amor a Deus não pelos benefícios recebidos, pelo temor do inferno, mas o amor a Deus por Ele mesmo, sem esperar recompensa, é fazer tudo por amor e pelo o Amor, porque Deus é a minha recompensa, sou chamado a antecipar esta eternidade a Bem Aventurança eterna, amando e sendo amado por Deus. 
“Para que em tudo seja Deus glorificado!” São Bento. 


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