Vibrações de poesia


« Levantei-me cega pela dor e fui para a janela : não encontrava posição. A noite estava bela. Tudo dormia; a casa estava em silêncio.

Todo o meu ser estava morto. Contemplava o céu cintilante de estrelas ; a lua era brilhante. Meditava nas belezas e grandezas do meu Criador. Tudo quanto contemplava era motivo para mais ferir o meu pobre coração.
Fiquei por largo espaço de tempo num profundo ato de agradecimento ao Céu. Dizia a Jesus :
“Eu não vos vejo, eu não vos sinto, mas sei que sois o meu Criador 
e quando me criastes já sabíeis que eu hoje havia de estar aqui a 
contemplar as vossas grandezas, já sabíeis que a falta de ar que 
hoje sinto necessitava do vento que me dais. Um eterno obrigado, 
meu Jesus !”

O vento era forte : parecia que tudo derrubava. Obrigava-me a meditar os horrores do Inferno, a vida e os tormentos dos condenados.
De novo contemplava o céu e as estrelas. Pedia a Jesus que multiplicasse milhões e milhões de vezes mais do que as estrelas os meus atos de amor para os sacrários.
Não O queria sozinho, e [só lá] queria que Ele só lá tivesse amor... A minha alma continua a exigir a solidão.
É ao brilho das estrelas e luz do luar que eu sozinha me ponho a meditar. Peço a todos os astros que amem por mim a Jesus. E ao contemplar o céu, digo-Lhe repetidas vezes :
“Jesus, não Vos vejo, mas sei que me vedes a mim. Não sinto que Vos amo, mas confio que me amais. Alegrai-Vos na minha dor. Consolai-Vos na minha desconsolação. Curai as feridas do Vosso Divino Coração com a dor que no meu causam as Vossas grandezas” ».

- Beata Alexandrina

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