3 práticas católicas para quem é “espiritual, mas não religioso”
Tantas pessoas que acreditam em Deus estão sedentas por algo mais... o que poderia ser?
Como a maioria de vocês sabe, há um número crescente de pessoas que começaram a se identificar como “espirituais, mas não religiosas”.
Eu sempre suspeitei que essa frase realmente cobrisse um grupo diversificado de pessoas, algumas que na verdade estão mais próximas do agnosticismo, e outras que praticam a fé periodicamente, mas não querem se comprometer com ela de perto.
Eu também acredito que a frase “espiritual, mas não religioso” raramente seja usada por pessoas que realmente seguem muitas práticas espirituais em suas vidas. Mas eu acho que as pessoas que usam a frase genuinamente querem ser mais espirituais, e é por isso que a usam. A frase comunica simultaneamente um distanciamento de Deus (através do desapego da maioria das práticas espirituais) e um desejo genuíno de relacionar-se com ele.
Li recentemente um interessante estudo realizado há alguns anos por uma socióloga da religião, Nancy Ammerman, que confirmava isso. Seu estudo descobriu que a maioria das pessoas que são “espirituais” dependem muito das tradições e práticas religiosas. Na verdade, ela descobriu que as pessoas que eram mais ativas na religião organizada também eram as mais comprometidas com as práticas espirituais e uma visão espiritual do mundo. E que as pessoas com o mais forte senso de presença do sagrado são aquelas que participam de atividades religiosas.
Nossa cultura individualista e relativista leva naturalmente a um desejo gnóstico de separar as práticas religiosas (corpo), associadas ao dogma e às regras, da espiritualidade (alma), que está associada ao relacionamento com Deus. Mas a nossa realidade humana simplesmente não permite que isso aconteça. Nós somos ambos: corpo e alma. Se não usamos nosso corpo na vida espiritual, nossas almas sofrem.
Uma maneira simples de explicar isso é a nossa compreensão secular de formar um hábito. Se quisermos ser saudáveis, não basta desejar ser saudável, ou apenas desenvolver mentalidades psicológicas saudáveis. Saúde envolve nosso corpo e nossa mente. E eles estão interligados.
Por que pensamos que com a espiritualidade seria diferente?
Uma pessoa “espiritual, mas não religiosa” é muito parecida com uma pessoa se diz “emocionalmente madura” mas passa o dia assistindo a séries de TV, comendo junk food, não tem emprego e passa a maior parte do tempo no sofá. Não existem muitas pessoas assim, exatamente porque a saúde da mente e do corpo estão inter-relacionadas, assim como a espiritualidade e a religião são inseparáveis.
E, sejamos sinceros, as tradições religiosas estabelecidas têm milhares de anos de experiência e acumulam conhecimento na área do crescimento espiritual. Não faz sentido rejeitar essa sabedoria se o relacionamento com Deus for realmente importante para uma pessoa.
Diante disso, quero crer que há muitas pessoas “espirituais, mas não religiosas” por aí que estão sedentas por mais “espiritualidade”, mas não estão realmente certas de como alcançá-la. E a resposta fácil é: religião.
Você vem de uma família católica, mas se identifica hoje como “espiritual, mas não religioso”?
Você conhece alguém que é “espiritual, mas não religioso”?
Você é um frequentador eventual da missa, mas está procurando por algo mais?
Aqui estão três práticas religiosas que você pode desenvolver e que certamente irão ajudá-lo em sua vida espiritual.
1. Exame de Consciência
Pratique o Exame de Consciência Diário: esta prática tem raízes antigas e tem sido praticada há séculos por pessoas que são sérias no quesito “desenvolvimento espiritual”. Geralmente envolve cinco etapas nas quais nos colocamos na presença de Deus e revisamos nosso dia. Este tipo de meditação não é um momento de nos debatermos, mas de rever o dia em atitude de ação de graças e pedir a Deus a graça de fazer melhor nas áreas em que não estamos maduros espiritualmente. O Exame de Consciência nos ajuda a crescer em virtude e desenvolver uma atitude de gratidão. Se você quiser fazê-lo efetivamente, defina um tempo para esse tipo de meditação e certifique-se de cumpri-la todos os dias.
2. Terço
Faça uma caminhada rezando o Terço: muitas pessoas “espirituais, mas não religiosas” encontram Deus na natureza e isso é totalmente compreensível. Eu me converti do ateísmo logo depois de trabalhar em uma fazenda todos os dias por vários meses; não foi coincidência. Assim, uma maneira de combinar práticas religiosas com a natureza é orar, não apenas para sentir uma onda de gratidão e admiração naquele momento, mas para orar meditativamente enquanto caminha. O Terço é uma grande revisão de alguns dos eventos básicos dos Evangelhos e fazer uma caminhada rezando o Terço pode ser uma maneira maravilhosa de orar essa antiga oração.
3. Adoração Eucarística
Procure uma igreja ou capela em sua região. Descubra quando sua igreja local está aberta. Você pode até não acreditar na Eucaristia. Você pode nem saber direito o que é, tendo apenas uma vaga lembrança da Primeira Comunhão. Mas experimente ir a um sacrário. É uma ótima maneira de estruturar um tempo de oração. Comprometa-se a ir uma vez por semana durante uma hora. Sente-se na presença de Deus. Não se preocupe muito com o que você deveria estar fazendo ou pensando. Apenas fale com Deus como você faria com um amigo. Então sente-se em silêncio e deixe a presença de Deus envolver você. Não lute contra as dúvidas que possam surgir em sua mente. Basta deixá-las flutuar enquanto você está envolvido no silêncio.
Ah, uma última coisa: eu sou freira, por isso, se você é católico e não participa da missa há algum tempo, espero que você pense em voltar.
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